segunda-feira, 2 de julho de 2012

Como cuidar da biodiversidade e da economia ao mesmo tempo?

A crise da economia internacional chega ao Brasil e nesta hora os bancos baixam as taxas de juros para “esquentar” a economia.

A crise econômica internacional é motivada pelo esfriamento da economia. Entenda-se por esfriamento a falta de circulação de dinheiro entre os bancos do mundo. E quando a movimentação do caixa está baixo o que tem que se fazer? Incentivar o povo a GASTAR CADA VEZ MAIS DINHEIRO. Ao invés de baixar os juros para a compra de livros, materiais didáticos, baixam os juros para a compra de eletrodomésticos, automóveis e outras coisas. Vejam algumas medidas adotadas pelos bancos:


·         Redução do IPI (Você pode comprar um carro hoje por R$20.000);


·         Redução das taxas de juros para financiamento imobiliário (Você compra um apartamento por R$120.000 hoje e paga R$400,00 por mês até 2050).


·         Redução das taxas para empréstimo (Você pega um empréstimo pela CAIXA de R$2.000 e paga pouco mais de 3.000 em 36 meses. Antes você teria que pagar mais de R$4.000 em 36 meses).  

 

Você pode se perguntar: “O que isso tem haver comigo?”

 

E eu te respondo: “Tudo”


Com a redução de todas estas taxas, o brasileiro tem comprometido grande parte da sua renda com pagamento de dívidas. Quem não tem ou teve nestes últimos 12 meses na fatura do cartão de crédito uma parcela de compra de uma TV, de um celular, de um home theater ou algo parecido?

Na faixa de consumidores com renda de até R$ 2.100, 23,4% declararam ter mais de 51% da renda comprometida por gastos no cheque pré-datado, cartão de crédito, carnês de loja, empréstimos pessoais ou financiamentos. A parcela que mantém pagamentos com um atraso superior a 30 dias é de 19,1%.

Na faixa de renda entre R$ 2.100,01 e R$ 4.800, o alto comprometimento da renda (acima de 51%) atinge 24,1% dos consumidores, e a inadimplência, 8,8%. Já na faixa de renda mais alta, acima de R$ 9.600,01, o porcentual de consumidores com alto nível de comprometimento de renda cai para 12,5%, enquanto a fatia de inadimplentes é de apenas 3,6%.

"Isso mostra realmente que os consumidores que estão mais endividados são os de renda mais baixa. Se essa dívida vai se resolver no curto prazo, a gente não sabe dizer", declarou Viviane Seda Bittencourt, economista do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre/FGV).

 

Fato é que 23,4% dos consumidores com renda de até R$2.100 estão com a sua renda comprometida com este tipo de despesa e se você não tomar cuidado, o seu orçamento pode ficar comprometido também. Não siga a onda do governo e saia comprando tudo por impulso. Conheço pessoas que tem mais televisões do que cômodos na casa.


Quero ainda chamar atenção para outro fator.

Na reportagem ao lado vemos que a venda de carros aumentou 18%.

Lembra que no mês passado teve uma parada chamada RIO +20 e foi discutida, entre outras questões, como diminuir as emissões de gases poluentes?

Agora vem o meu questionamento:


Como pensar em redução dos gases poluentes se o Governo incentiva a compra de veículos reduzindo o IPI?


Como cuidar da biodiversidade e da economia ao mesmo tempo?


Na semana da conferência da ONU, pude ver milhares de alunos indo visitar a exposição no forte de Copacabana e encantados com tudo o que viam. Observei também vários alunos na escola onde trabalho fazendo cartazes sobre a preservação do meio ambiente. Como explicar para os alunos que a preservação do meio ambiente deveria começar pelo poder público e este contribui para o aquecimento global?

Vale a pena ler este fragmento retirado do Wikipédia:

Com a redução do IPI determinada pelo governo federal, como forma de estimular as vendas e amortizar os efeitos da crise global, aplicada pelo governo no dia 20 de abril de 2009 para produtos da linha branca (fogões, geladeiras, etc), as vendas no varejo cresceram 30% em maio de 2009[1] em comparação ao mesmo período de 2008, resultando a falta de produtos no comércio devido ao extraordinário aumento das vendas, o que demonstra a utilização do imposto como um tributo extrafiscal.

Tais reduções, ainda que pequenas, provocaram grande resultado positivo para os setores correspondentes, mostrando como poderia ser nossa economia se houvesse uma reforma tributária.

Existe também a suspensão do IPI relativo às Matérias-primas (MP), Produtos Intermediários (PI) e Material de Embalagem (ME), adquiridos por empresas preponderantemente exportadoras.

Não há redução de IPI no entanto para itens considerados essenciais para o desenvolvimento do país, como equipamentos para fins didáticos (NCM=90230000 com 15%), para criação de audiovisuais (NCM=9010 com 20%) ou veículos elétricos (NCM=8703 com 25%).

Link de um vídeo do Jornal da Globo que trata do assunto:

http://g1.globo.com/jornal-da-globo/videos/t/edicoes/v/pacote-do-governo-tenta-evitar-um-esfriamento-da-economia/2018897/

Link de uma reportagem do Estadão que também trata deste assunto:

http://economia.estadao.com.br/noticias/economia+brasil,baixa-renda-compromete-renda-e-se-endivida-mais,117114,0.htm