quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Você é inteligente?

Tenho pensado muito sobre o que seria inteligência. Depois de ter lido alguma coisa sobre o assunto, resolvi criar este post para proporcionar uma reflexão em quem o ler.

Não sei se você leitor ainda frequenta a escola, mas tenho certeza de que deve se lembrar do caráter classificatório que ela tem. A todo instante os alunos têm a sua inteligência classificada por meio de notas e estas acabam qualificando o aluno como menos ou mais inteligente. Você concorda com isso?

O aluno que tira 10 é muito inteligente?
O aluno que tira 0 é menos inteligente? 

Seria normal respondermos que os alunos que tiram notas altas são mais inteligentes do que os alunos que tiram notas baixas, porém, tenho aprendido que a inteligência não se mede, a inteligência não se classifica, a inteligência não está no 10.

Ao lado vemos o pedagogo e psicólogo francês Alfred Binet, que foi o pesquisador que se empenhou em saber o quoeficiente de inteligência das pessoas, o famoso "Q.I.". Mesmo tendo falecido no início do século XX, seu trabalho ainda é muito valorizado em muitos lugares. Me recordo agora do filme Forrest Gump. Se não me falha a memória, neste filme aparece uma cena de um estudante que só poderia estudar em determinada escola se ele tivesse um nível mínimo de acertos em um teste de "Q.I.". Este caráter quantitativo da inteligência permanece até hoje em muitas escolas e hoje em pleno século XXI temos muitos alunos sendo taxados de "burros" ou "desprovidos de inteligência".

 Em muitas escolas a sala dos professores é o campo de concentração de muitos alunos, lá eles são condenados a todo instante por muitos professores. "O Guilherme não tem jeito, só tira nota baixa nas provas. Nem que ele estude muito ele vai conseguir!"

Te convido agora a pensar e conhecer um pouco mais sobre tipos de inteligência, me apropriando de conceitos do psicólogo norte americano Howard Gardner.

Howard Gardner é um pesquisador que se dedica a área da psicologia da aprendizagem, ou seja, como as pessoas aprendem as coisas. Ao falarmos da capacidade da pessoa em aprender as coisas, estamos logicamente falando sobre inteligência. 
Em suas pesquisas, que datam da década de 80 e se estendem até os dias atuais, o psicólogo nos apresenta um novo conceito de inteligência. "A inteligência não está apenas na capacidade de resolver situações de maneira lógica, como na matemática, ou na qualidade em expressar seus pensamentos, seja na forma oral ou escrita, como acontece em nossa língua. Existem outras inteligências que são menos consideradas do que a lógico-matemática e a lingística e que são tão importantes quanto", são elas:

Inteligência Espacial: Capacidade de olhar para o espaço e fazer transformações nele.

Inteligência Corporal Cinestésica: Capacidade de usar o próprio corpo como expressão do pensamento, sentimento e da arte.

Inteligência Interpessoal: Capacidade de perceber sentimentos no outro, entender o humor do seu próximo, captar o outro em sua essência.

Inteligência intrapessoal: Capacidade de se conhecer, de possuir um auto controle frente a situações inesperadas ou não desejadas.

Inteligência Musical: Capacidade de criação musical, reconhecimento de sons específicos, rítmo, harmonia musical.

Inteligência Naturalista: Capacidade de reconhecer especificidades no ambiente que outras pessoas não reparariam.

Inteligência Espiritualista (ainda em estudo mas eu acredito muito =D): Capacidade de abstração de coisas materiais para viver em função da fé religiosa.

Dentro da nossa cultura classificatória vai ser normal, você leitor, querer identificar qual é a inteligência que você mais tem e aquela inteligência que você menos tem, ora não subestime a sua inteligência, você é capaz de desenvolver TODAS ELAS. Você pode ter uma tendência para alguma delas, mas como ser humano, todas elas podem ser potencializadas.

Dentro deste contexto podemos perceber que classificar um aluno como sendo "mais inteligente" ou "menos inteligente" é um tanto quanto difícil, logo, deveríamos parar de julgar a capacidade dos outros e estimularmos as nossas capacidades de aprender as coisas.

A escola deve cada vez mais criar métodos de avaliação que não avaliem somente a potencialidade lógico-matemática e a linguística, afinal a escola é um espaço de consideração da individualização do ser para a construção de uma sociedade da diferenciação.

Não vou fugir ao título do meu post e vou me posicionar.

"Existe alguma ferramenta que defina a inteligência de alguém?"
Existem ferramentas que potencializam a aprendizagem, mas não que classifiquem quantitativamente a inteligência, logo, não comungo do teste de "Q.I.". 

"Tem como saber se sou inteligente?"
Penso que a inteligência de alguém está na capacidade de agir frente a determinadas situações. De que adianta você ter conhecimento de muitas coisas se você não as poe em prática? Se você sabe ter uma tendência para a inteligência interpessoal, de que adianta ver alguém precisando de ajuda e se ausentar da responsabilidade de ajudar?
De que adianta, você ter uma inteligência musical bem estimulada e não cantar ou tocar para aqueles que precisam ouvir?   

Deixo um trecho do discurso que fiz na cerimônia de colação de grau da minha turma na faculdade (2010).
"Seremos educadores que pensam certo, “pensar certo significa não estarmos demasiadamente certos de nossas certezas”, é “manter a coerência entre o que dizemos e o que fazemos”; é lutar por uma educação libertadora, como nos diz Paulo Freire".


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