quarta-feira, 13 de abril de 2011

Plebiscito para desarmamento é brincadeira!!!


Desde a chacina que aconteceu no dia 07/04 na escola Tasso da Silveira venho vendo os noticiários e fico cada vez mais inconformado com a desqualificação da mídia na hora de apresentar uma notícia. Em todos os canais a procura dos repórteres é por depoimentos de crianças emocionadas, por marcas de sangue em mochilas até o relato de uma vizinha da escola que via tudo pela janela. Vou justificar a minha indignação com um exemplo. Antigamente quando um torcedor invadia o gramado era motivo de risadas e as câmeras se voltavam todas para ver o torcedor corredor. Se não me engano, na década de 80 um torcedor ganhou até um apelido especial, beijoqueiro, ele ganhou este apelido por beijar sempre alguém que estava em campo. Voltando ao assunto, as câmeras antigamente davam "ibope" para este tipo de gente. O que acontece nos dias de hoje em transmissão de jogo ao vivo quando um louco entra correndo pelo campo? Na mesma hora a câmera para de filmar o torcedor e filma qualquer outra coisa para que as pessoas não repitam o ato errado. O que a televisão tem mais feito ultimamente? Matado todo dia as mesmas 12 crianças. Dando um "IBOPE" diário para o assassino, querendo saber como ele era, porque fez tal ato, como era sua família, como se isso fosse justificar a atrocidade que fez. A essas alturas uma pessoa em depressão por não ser reconhecida no seio social, pode enxergar tudo isso como oportunidade para um reconhecimento que nunca lhe foi dado, psicólogos hão de concordar comigo.

Hoje ao ver um telejornal em uma emissora, comecei a ver o desfecho da história sendo feito... Salas de aula serão pintadas, reformadas... Uma nova escola?? O que mais me deixa angústiado é o que o poder público federal está pensando em fazer. Um novo plebiscito para o desarmamento, como se isso fosse evitar outra atrocidade. Pela lei atual nenhum menor de 25 anos pode ter uma arma. O assassino não tinha esta idade, portanto pela LEI ele não poderia ter o porte de arma. IRIA ADIANTAR ALGUMA COISA UM PLEBISCITO?? O problema não está em ter arma ou não, o problema está em fiscalizar as rodovias federais e estaduais para evitar o contrabando de armas.

Quero falar outra coisa bem grave. FALTAM MILHARES DE INSPETORES E FUNCIONÁRIOS NAS ESCOLAS PÚBLICAS! Em nenhum momento eu ouço falar isso na televisão.

- Mas Daniel, o que isso tem haver com o que aconteceu?

Em tese todas as escolas devem ter uma pessoa responsável pela entrada e saída de funcionários e alunos na escola. Isso já inibiria qualquer pessoa a entrar na escola.

- Mas Daniel, as políticas educacionais vão contra isso... As portas têm que ficar abertas para a comunidade, para a família...

Ora, não precisam de portas fisicamente abertas o tempo todo para a família/ comunidade entrar na escola. Tenho certeza que sou muito bem acolhido na casa de meus pais e estejam certos, as portas não ficam o TEMPO INTEIRO abertas. Por fim eu gostaria de falar que eu NUNCA VI um guarda municipal na escola onde trabalho, NUNCA VI!

Quanto ao plebiscito. Será a maneira de esfriar a situação e a oportunidade para o poder público dar uma resposta para a sociedade.

- Olha, sociedade, em 2005 vocês votaram pela livre comercialização das armas. Daí o assassino que tinha uma arma porque VOCÊS deixaram, matou 12 crianças e deixou outras 12 feridas. Vamos fazer outro plebiscito, mas desta vez votem direitinho para não acontecer mais uma tragédia como essa.


Que Deus guarde a vida de todos que se foram nesta escola, conforte as famílias e ecoem o grito dos que ainda não sabem, mas perderão seus filhos para a violência.

3 comentários:

Nani disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Nani disse...

Concordo com tudo escrito, principalmente com o fato de escolas terem de ficar com as portas abertas para a comunidade. Está na hora de pararmos com a hipocrisia que nos faz pensar que vivemos numa cidade (num país) onde ainda existe alguém livre da violência urbana. O Rio de Janeiro em especial tem lutado contra essa doença que nos assola há tantos anos, mas não acredito que exista uma cura para a maldade do homem. Unir escola e sociedade não significa abrir os portões e facilitar a entrada de pessoas de indoles questinoáveis, significa interagir com atividades, campanhas,festas, multirões e etc. atividades previamente agendadas. Na própria UERJ, onde eu e vc estudamos, a entrada de pessoas estranhas é mais do que comum. Infelizmente na nossa cultura, é necessário sofrermos antes para tomarmos medidas depois. Se a questão da segurança nas escolas fosse algo mais sério,os 12 jovens ainda estariam por lá. Aliás,se as escolas fossem alvo de investimentos sérios, muitas coisas seriam evitadas, mas isso é outra questão.... Parabéns pelo blog!

Daniel Fagundes disse...

Elaine, lembrou bem!!
A semana "UERJ SEM MUROS" é um belo exemplo de integração entre educação e sociedade. Quem sabe realizar um evento deste tipo não una mais família e escola. Na última reunião que teve lá na escola o auditório estava lotado e sabe porque? Porque era cadastramento do bolsa família, quem não fosse iria perder o benefício. Precisamos mudar nossa cultura, precisamos valorizar mais as pessoas que estão conosco!!
Elaine, obrigado pelo carinho!!
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